sexta-feira, 27 de março de 2020

TRANSPORTADORES GAÚCHOS DEFENDEM RETOMADA DAS ATIVIDADES

Coronavírus
     O SETCERGS divulgou declarações do presidente da entidade, João Jorge Couto da Silva, intitulada SEM CAMINHÃO, O BRASIL PARA.  
     Representando os transportadores do Rio Grande do Sul, ele defende, em nota oficial, a retomada das atividades no país, com exceção dos grupos de risco.
 


Segue íntegra da nota oficial:

A sábia e verdadeira frase de Romeu Luft, ex-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (SETCERGS), resume nosso sentimento e nossa convicção. Em nome das mais de 300 transportadoras que representamos e dos milhares de empregos gerados pelas mesmas, nos sentimos no dever de nos posicionar a favor da retomada das atividades laborais, produtivas e comerciais no país.

Alertamos que o Brasil não pode parar porque entendemos que é possível conciliar a preservação da vida, algo que sempre defendemos e defenderemos, com a retomada da economia. Entendemos que é possível manter os cuidados com a saúde das pessoas sem deixar o país entrar em uma profunda depressão econômica. Estamos cientes da gravidade de uma pandemia, respeitamos os alertas feitos pelas autoridade nacionais e mundiais de saúde, mas tememos que o atual cenário de completo isolamento social possa agravar ainda mais a situação. Para todos nós. Saúde e trabalho podem, sim, andar juntos.


Nenhuma vida perdida é desconsiderada, ignorada ou menosprezada por nós neste momento delicado. Tanto é verdade que fomos uma das primeiras entidades a adotar o home office e exigir que nossos associados fizessem o mesmo em suas empresas. Fomos uma das primeiras entidades a adiar um grande evento: a TranspoSul, a maior feira de transportes e logística do sul do país. Com responsabilidade social, transferimos o nosso maior evento de junho para setembro.

O que pedimos é que as pessoas que não fazem parte dos grupos de risco retomem suas atividades, desde que sejam seguidas, com total rigor, as orientações de higiene nos ambientes de trabalho. Pessoas acima de 60 anos de idade e portadoras de doenças crônicas devem permanecer em casa. Colaboradores fora destes grupos devem trabalhar, sem aglomerações e tendo à disposição água, sabão e álcool em gel 70%.    


Apesar de nosso setor fazer parte das atividades consideradas essenciais neste momento de crise, a realidade mostra que estamos enfrentando inúmeros obstáculos para seguir adiante. Em função do fechamento de restaurantes e estabelecimentos comerciais, nossos motoristas de caminhão, que abastecem as prateleiras de supermercados e farmácias e transportam itens como combustíveis para os postos e oxigênio para hospitais, relatam, diariamente, dificuldades para se alimentar, tomar banho e descansar com segurança, em estradas praticamente vazias.  

Caminhões carregados com mercadorias e produtos estão parados em nossos pátios e terminais porque o comércio e grande parte da indústria estão impedidos de funcionar. Com o país parado, não estamos conseguindo carregar nem entregar. A estimativa mais recente é de que cerca de 70% das empresas do transporte rodoviário de cargas estejam paradas no país.

Ou seja, o desabastecimento já está acontecendo. Pedimos que o Gabinete de Crise do Governo do Rio Grande do Sul, do qual nossa federação estadual (FETRANSUL) faz parte, se reúna para definir, urgentemente, medidas mais flexíveis para: permitir a produção nas indústrias, facilitar o escoamento via rodoviária e autorizar o funcionamento do comércio.


Não somos os únicos a sentir os impactos. Já vemos demissões em massa em outros setores. Profissionais autônomos, das mais variadas áreas, sem renda. Isto também é desumano. Por tudo isso, pedimos mais atenção e flexibilidade dos governantes no que diz respeito ao isolamento social, total e completo, que foi imposto a praticamente toda a população e que não tem data para terminar. 

Caso contrário, uma recessão sem precedentes, econômica e social, pode se instalar em pouco tempo. E todos sentiremos os efeitos, sem exceção. Não estamos dizendo que trabalho é mais importante do que saúde. Estamos dizendo que eles podem andar juntos.

O SETCERGS pede e orienta que todos se cuidem e cuidem dos outros. E, para fazer isto, entendemos que o Brasil não precisa parar.  Pedimos a retomada das atividades, nos moldes acima explicados, a partir do dia 31 de março.

João Jorge Couto da Silva - Presidente do SETCERGS

Porto Alegre, 27 de março de 2020
Autoria: Imprensa SETCERGS
 


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