Os
valores para transportar mercadorias por rodovia devem subir até 28% em 2013,
movidos por questões como a regulamentação da profissão de motorista,
que diminuirá a produtividade das empresas, e o aumento do preço do combustível, que incrementará os custos, de acordo com profissionais da área. O movimento dá sequência à alta de preços que já vem sendo sentida há alguns meses, sendo que empresas logísticas chegaram a elevar até 30% o valor cobrado por seus serviços entre agosto e outubro deste ano. O custo logístico já compromete, em média, 13,1% da receita das empresas brasileiras, de acordo com recente estudo da Fundação Dom Cabral.
que diminuirá a produtividade das empresas, e o aumento do preço do combustível, que incrementará os custos, de acordo com profissionais da área. O movimento dá sequência à alta de preços que já vem sendo sentida há alguns meses, sendo que empresas logísticas chegaram a elevar até 30% o valor cobrado por seus serviços entre agosto e outubro deste ano. O custo logístico já compromete, em média, 13,1% da receita das empresas brasileiras, de acordo com recente estudo da Fundação Dom Cabral.
Para
Eduardo Marques, gerente da JCL Logística, a grande demanda nas maiores
transportadoras colabora para o aumento dos preços. "A economia cresceu
muito e as transportadoras de grande porte estão abarrotadas de cargas. As
empresas que se dedicam preferencialmente ao setor estão aproveitando o
momento", comenta.
O
executivo aponta algumas dificuldades, como as horas ociosas dos veículos.
"Perde-se muito tempo para carregar e muito tempo para descarregar; como a
economia está bombando, este tempo é dinheiro e alguém tem que pagar por
isso", diz Marques.
Segundo
o gerente, apesar da competição acirrada no setor, 2012 está sendo bom para a
sua empresa, uma vez que ela está em expansão e ampliando a carteira de
clientes. "Nossa empresa consegue distribuir mercadorias em todo Brasil e
nosso diferencial consiste na aplicação da logística em movimento, que não
deixa a carga parada", explica.
Marques
conta que a JCL é bem agressiva comercialmente e no próximo ano pretende
crescer e aumentar sua participação em São Paulo. "Não queremos ganhar
dinheiro em um único frete, mas sim mantendo nosso cliente satisfeito",
completa.
LEI DO MOTORISTA
Na
visão de Daniel Drapac, diretor de Transportes da AGV Logística, o aumento do
preço dos fretes no próximo ano ficará acima de 20%. "O que temos avaliado
com as entidades de classe é que podemos ter um encarecimento do frete entre
22% e 28%, basicamente em função do aumento do combustível e da lei do
motorista", comenta, referindo-se à Lei 12.619, sancionada no início do
ano pela presidente Dilma Rousseff e que normatiza o trabalho dos motoristas
profissionais.
Drapac
acredita que no próximo ano haverá bastante pressão em relação ao aumento de
custos. "Um fator muito importante nos preços é a mão de obra em si, ou
seja, o motorista do veículo, isso em função basicamente da regulamentação da
profissão de motorista, na qual haverá maior tempo de descanso", expõe o
especialista no setor.
Com
a nova legislação, a cada quatro horas de direção o motorista tem de descansar
durante 30 minutos, e a cada 24 horas de direção obrigatoriamente devem ser
observadas 11 horas de descanso. "Vamos ter menor produtividade por
veículo e isso vai, sem dúvida nenhuma, acarretar aumento de custos",
argumenta.
Drapac
conta que a nova medida começou a aparecer, de forma relativamente incipiente,
no último mês de julho, só que existiram algumas prorrogações ao longo do
processo de adaptação, e agora, a partir do último trimestre do ano, a lei está
efetivamente vigorando e a fiscalização também.
"Vamos
ter um impacto de custos, fruto da lei do motorista, não só na AGV, mas também
em alguns parceiros e concorrentes, e é difícil ter alguma coisa que atenue
essas consequências, uma vez que a lei realmente vem com a função de assegurar
melhor condição de trabalho para o motorista profissional", diz o diretor
de Transportes.
Drapac
ressalta que o intuito da lei é proporcionar um efeito positivo para a
sociedade através do aumento da segurança nas rodovias. No entanto, como
consequência, haverá um aumento de custos em função da redução da produtividade
dos funcionários. "O motorista agora vai ser inclusive autuado se for
flagrado dirigindo sem ter cumprido o horário mínimo de descanso",
reitera.
Futuro
Com o aumento da demanda e dos preços dos fretes, as empresas de logística começam a alinhar suas ações e metas para os próximos anos e fazem reivindicações, como melhoras da infraestrutura. Para Glorivan Parreira França, diretor-geral da Transportadora Brasil Central, o País pode passar por dificuldades no futuro. "Corremos o risco de ter um apagão na logística: com o crescimento da safra agrícola em torno de 20% e o controle de jornada dos motoristas, vão faltar caminhões. Além disso, a infraestrutura de armazéns, portos, ferrovias e rodovias são deficitárias", declara.
Com o aumento da demanda e dos preços dos fretes, as empresas de logística começam a alinhar suas ações e metas para os próximos anos e fazem reivindicações, como melhoras da infraestrutura. Para Glorivan Parreira França, diretor-geral da Transportadora Brasil Central, o País pode passar por dificuldades no futuro. "Corremos o risco de ter um apagão na logística: com o crescimento da safra agrícola em torno de 20% e o controle de jornada dos motoristas, vão faltar caminhões. Além disso, a infraestrutura de armazéns, portos, ferrovias e rodovias são deficitárias", declara.
O
diretor conta que sua empresa teve, no primeiro semestre do ano, valores de
fretes iguais aos do ano anterior. Já no segundo semestre, devido ao início da
lei do motorista e da colheita pequena da safra de milho, seus fretes tiveram
um aumento de 30%. "Isso porque a demanda de cargas foi maior que a oferta
de caminhões", diz. Fonte da informação: Cenário MT