terça-feira, 13 de novembro de 2012

COMBUSTÍVEIS AUMENTAM EM DEZEMBRO

Analistas econômicos são unânimes em apontar que o reajuste é inevitável,
sob pena de enfraquecer ainda mais a Petrobras e comprometer a exploração das jazidas do pré-sal. Mas paira uma dúvida: quando será?
Alegando operar com dificuldades para sustentar seu programa de investimentos, a Petrobras pressiona para aumentar os preços. De junho a julho, reajustou em 7,83% a gasolina e 9,94% o diesel nas refinarias. O repasse só não chegou ao consumidor devido a uma manobra do governo, que reduziu até eliminar a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
A Cide fazia parte do leque de tributos que compõe as tarifas da gasolina (53,03% de impostos) e do diesel (40,50%). Com a alíquota da contribuição zerada, acabou a margem para congelar os preços. Há sete anos, o aumento nos combustíveis não é transferido para os postos. Agora, reajustar é apenas questão de tempo. Analista da Tendências Consultoria Integrada, Walter de Vitto avalia que virá a partir deste mês, porque a Petrobras vem praticando preços de 15% a 30% abaixo do mercado internacional.
— A Petrobras está com prejuízo. Segurando o preço do combustível, está incentivando o consumo acima do normal — argumenta.
De Vitto diz que o governo usa a Petrobras para controlar os preços e combater a inflação. Por outro lado, se insistir na estratégia, poderá tornar inviáveis projetos como a extração de petróleo da camada pré-sal.
André Trein, da Fundamenta Investimentos, acrescenta que a estatal vem importando gasolina para evitar o desabastecimento, vendendo a preços mais baratos. Para Trein, o governo não pode permitir que a dívida líquida da Petrobras atinja os 35% — e essa proporção já bateu nos 28%.
— Quanto maior o consumo de gasolina e diesel, maior o prejuízo da Petrobras — diz Trein.
Alta pode vir com a baixa na luz
Especialistas como Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), vislumbram uma tática governamental: adiar o reajuste da gasolina para o início de 2013, quando deve ocorrer a queda na tarifa de energia elétrica prometida por Dilma Rousseff.
Equilibrando aumento de combustíveis e redução na conta de luz, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não sofreria maior impacto.
— Agora, seria botar mais lenha na fogueira da inflação — interpreta o diretor do CBIE.
Pires acha que o clima no Hemisfério Norte será um aliado do Brasil. Como é inverno lá, e a cotação da gasolina costuma diminuir com o frio, a Petrobras teria um alívio no preço do combustível importado. Economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz compartilha a tese de que o plano é compensar o aumento da gasolina com a queda na luz, para não começar o ano com inflação mais alta. Fonte da informação: Zero Hora