Conforme estudo da NTC&Logística, apesar da cobrança
estar abaixo do custo mínimo, o reajuste na tarifa acusou a menor
alta desde 2011
A NTC&Logística
divulgou, no início de setembro, estudo sobre a evolução do frete. A pesquisa,
elaborada pelo DECOPE (Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e
Econômicos da NTC), apontou uma defasagem da ordem de 9,66%.
De acordo com Lauro
Valdívia, assessor técnico e engenheiro de transportes da
entidade, responsável pela pesquisa, a desaceleração da alta se deve
a fatores como a redução de custos do setor, o preço do diesel que permanece
estável e o valor dos caminhões que está em queda desde 2013, a diminuição do
mercado e a desoneração da folha de pagamento.
A sondagem da
associação, elaborada com cerca de 400 empresas do setor, aponta também como
causa da defasagem do frete, o desaquecimento do volume de cargas
transportadas, por causa da queda da atividade economica. Houve uma queda
no desempenho das empresas de 5,8% no último ano e mais de 30% das empresas
sofreram com a desvalorização de 10%, segundo a pesquisa.
Segundo a
NTC&Logística, apesar da cobrança do frete estar abaixo do custo mínimo, o
preço do frete de caminhão teve a menor alta desde 2011. O aumento médio foi
menor que a inflação, sendo de 2,79% para a carga fracionada e de 4,85% para a
carga única, tipo lotação.
O presidente da
entidade, José Hélio Fernandes, afirma que apesar dos esforços, as empresas não
estão conseguindo reajustar seus valores de frete e destaca que o reajuste de
9,66% é apenas o mínimo desejável para equilibrar receitas e despesas, “sendo
preciso assegurar lucros que possibilitem os indispensáveis investimentos
futuros”, explica.
Além do reajuste do
frete, Fernandes lembra também da necessidade da remuneração adequada de custos
e serviço adicionais, não contemplados nas tarifas normais. “O resultado do
estudo sinaliza às empresas do setor que não abram mão, sob qualquer pretexto,
do ressarcimento de custos significativos cobertos pelos demais componentes
tarifários, como o frete-valor, o GRIS, a cubagem e as generalidades, pois,
muitas vezes, os custos com esses serviços são superiores ao próprio frete
arrecadado”, declarou.
Dos entrevistados,
13,3% ao invés de ajustarem o frete, deram desconto ao embarcador e 20,7%
mantiveram o valor cobrado no ano anterior (2012). Dos que reajustaram, a média
de aumento foi de 7,3%, inferior ao necessário para cobrir os custos de
operação.
FONTE: SETCESP