Transportadores
cobram taxas adicionais de até 20% para compensar restrições e mitigar problemas nas
principais regiões metropolitanas do país.
19-04-2018 - As
restrições à circulação de caminhões nas principais regiões metropolitanas do
país podem representar até 28% do custo total do transporte e, infelizmente, exigem o repasse de até 20% no custo do frete.
Em
alguns municípios, transportadores passaram a incluir no custo do transporte a
TDE (Taxa de Dificuldade de Entrega) e a TRT (Taxa de Restrição ao Trânsito), adicionais esses que representam um elevado custo social porque, ao final, encarecem o preço ao consumidor.
As
taxas são motivadas por fatores, como recebimento precário, que acaba gerando
longas filas no abastecimento; e recebimento fora do horário comercial, que
obriga os motoristas a aguardarem a liberação para a entrega da carga em
locais, muitas vezes, inseguros, com riscos de roubo da mercadoria.
As
informações constam do estudo “Logística Urbana – Restrições aos Caminhões”,
divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
O
trabalho analisa o abastecimento de sete regiões metropolitanas: São Paulo
(SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO),
Recife (PE) e Manaus (AM) - e que bem
reflete a realidade de Florianópolis (SC) e outras capitais.
De
acordo com a professora do Departamento de Engenharia de Transportes e
Geotecnia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Leise Kelli de
Oliveira, o custo adicional é consequência dos transtornos enfrentados nas
regiões centrais. “Caminhões ficam presos nos congestionamentos e gastam mais
combustível.
Além
disso, as condições de tráfego impactam a depreciação do veículo, e empresas
arcam com encargos trabalhistas devido às restrições. Sem falar nas limitações
quanto ao tamanho dos caminhões, que fazem com que o empresário tenha que
adquirir uma nova frota”, observa.
Ela
pondera que a falta de vagas para carga e descarga faz com que os motoristas
estacionem de forma irregular e levem multas, o que também gera impactos no
custo do transporte. “O preço dos produtos poderia ser menor se não fossem
todas essas variáveis”, acredita.
Para
o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, “a falta de planejamento e de
participação do setor transportador na definição das regras de circulação nas
cidades também acaba gerando distorções nos valores do transporte”.
Outros
pontos levantados pelo estudo da Confederação para o acréscimo do custo são:
carência de dados e de estudos para embasar políticas públicas em áreas
urbanas, baixa prioridade dos planos de mobilidade nos municípios para atender
as demandas do transporte de cargas, falta de divulgação das regras de cada
local e baixo investimento em obras de infraestrutura, principalmente em anéis
viários.
Fonte da informação:
Agência CNT de Notícias – 19/04/2018
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